sexta-feira, julho 24, 2009

Contadores de histórias


Quem é que não gosta de um bom serão passado a contar histórias?
Eu adoro!
Faz lembrar aqueles momentos em que ouvimos os nossos avós a contar aventuras e desventuras de um passado longínquo...
Mas essas histórias não nos interessavam como estas de agora!
As histórias que hoje contamos entre amigos, são feitas das nossas próprias aventuras e desventuras!
Identificamos as histórias e identificamo-nos com cada história. Porque já vivemos o mesmo tempo, as mesmas ilusões e desilusões!
Somos sinceros e ficamos, até, espantados com o facto de o conseguirmos ser tão genuinamente. Sem maldade, sem medo das reacções alheias. Contamos segredos e paixões. E rimos, rimos muito. Rejuvenescemos!
"Com estes não se consegue ter uma conversa séria!" - E qual é o mal? Sejamos, hoje, contadores de histórias! E uns ouvirão com o entusiasmo daquele que a conta. Vamos, hoje, partilhar experiências e aprender.
E vamos gravar estes momentos na memória. Vamos relembrar as histórias e guardá-las, não como umas histórias quaisquer, mas como as tuas histórias, as minhas , as nossas. As histórias que ouvimos uns dos outros, quando éramos Contadores de Histórias por umas horas...
Somos todos tão diferentes... E faz-nos tão bem conviver! Nem que seja por alguns momentos de descontracção, nem que seja simplesmente para nos vermos e nos ouvirmos.

quinta-feira, julho 16, 2009

Eras tu... o mesmo!

Eram 2:02 da madrugada quando acordei com o vibrar impaciente do meu telemóvel. Consegui ver que eras tu, e atendi ainda meio confusa e perdida.

- Estavas a dormir?
- Sim...

- É que descobri a prenda de anos ideal para ti!

- Então?
- Vamos ouvir Abrunhosa, de novo, juntos!

Cantaste "como uma ilha" de principio ao fim. E ouvi-te enquanto tentava perceber se as lágrimas que escorriam pela cara eram de felicidade, tristeza ou revolta.
Podia dizer que parecia que tínhamos parado no tempo, e estávamos a ter uma conversa como sempre tivemos... Mas estaria a mentir! Porque sentia-me com "um pé atrás", sem saber muito bem aquilo que estava a sentir...

Durante quase duas horas fui o mais sincera que consegui. Baixei a guarda, como tantas vezes já o tinha feito contigo... Abri o coração e a alma! Tentei perceber o porquê de tantas coisas... Coisas que nem tu sabes explicar!
Quis saber o que sentes, e o que é feito daquele que conheci em tempos... Aquele que de vez enquando aparece, mas tantas vezes desaparece sem explicação, tantas vezes magoa e dá lugar ao "novo".

Não gosto do novo! É pessimista, cruel. Não acredita no amor nem no futuro perfeito. Não quer ter responsabilidades, nem promete nada. É instável e triste. Diz que não tem amigos e que se morresse quase ninguém ia ao seu funeral, porque pensa que não marcou a vida de muita gente. É parvo, completamente inconsciente! Sem noção alguma daquilo que fez até hoje, sem qualquer presença real no hoje, sem nenhuma ânsia de viver o futuro!

O Novo deixa que o Velho apareça de vez em quando... Nuns flashes de lucidez! Tem saudades do passado e dos amigos. Gostaria de voltar ao passado, mas tem sonhos do futuro. O Velho não gosta de magoar os outros e pede desculpa, como se quisesse que desculpássemos o Novo. O Velho não consegue perceber como é que se tornou neste de agora...

Com o Velho consigo conversar, de tudo. A Razão diz-me para não confiar, mas não sou capaz de evitar falar tudo o que a Emoção quer dizer. E tu ouves, com medo, arrependimento, tristeza... Como se fosses a pior pessoa do mundo e não merecesses aquilo que digo e faço. E eu sei que no fundo tu ainda és o bom amigo que sempre foste...

- Eu poderia ter sido mais que teu amigo...
- Eram outros tempos! Outras idades, outras vontades... Não queiras que me sinta culpada por aquilo que és hoje... Arrependo-me? Sim, mas só agora que sei o que sei hoje! E felizmente o arrependimento não mata...

- Não mata mas mói...

- Mói, é verdade! Mas é isso que nos faz crescer. Estar arrependido é uma vantagem! Significa que aprendemos, que vamos continuar a aprender!

Em quase duas horas ao telefone, ouvimos musica, cantaste, rim-me, chorei... Voltei atrás mas não tive vontade de ficar lá, porque a realidade é mesmo diferente! Eu sou feliz aqui, neste agora!
Fui feliz no passado? Fui! Foram bons tempos? Foram! Gostava que tivesses sido sempre uma parte activa na minha vida? Sem duvida que sim! Mas não dependeu só de mim...

- Porque é que deixaste de me falar?
- Não sei... Não sei o que se passa, ou passou, mas afastei toda a gente que gostava de mim...

- Porque?

- Não sei... Como não sei como ainda continuas a falar comigo! Não mereces o que te faço!

- Pois não! Mas devo ter um lado masoquista...

- E apareces sempre que estou a precisar... Não sei como fazes...

- Estás enganado! Eu não aparecia, porque nunca cheguei a desaparecer. E quando tentei alguma comunicação não era porque tu precisavas... Na verdade eu é que precisava de ti!


E quase duas horas não chegaram para perceber o que aconteceu ao Velho. Nem se ele um dia vai voltar... Com sonhos e projectos!




- Até breve!
- Será?
- Até breve! Ficas bem?

- Não...
- Diz que ficas bem...

- Não te vou mentir! Não fico bem, mas isto passa-me. Passou sempre!

- Até breve então!

- Até breve! Quando o Velho voltar!

terça-feira, julho 14, 2009

Silencios

"A coisa mais dificil e mais bonita vivida entre duas pessoas é o Silencio."

É o silencio que mais me fala de ti. É no silencio que aprendo a ouvir-te. E nele que descubro os teus pormenores.

Vejo o teu sorriso sem te olhar...

Sei o que sentes só seguindo o ritmo da tua respiração.

Não dizes nada mas ouço tudo.

No inicio, é difícil suportar. Parece incomodativo este Silencio que se instalou sobre nós... Quase como se fosse um abismo de constrangimento, um nervoso interno.
Mas isso é antes... Antes de te conhecer. Antes de saber que entre nós não ha segredos. Antes de perceber que somos íntimos, nos pensamentos e na vida.

De repente o abismo desapareceu! Na verdade nem sequer há chão... Planamos num mesmo nível. Quase que conseguimos ler pensamentos... E mesmo que não os consigamos ler, não há qualquer incomodo. Porque se instalou a paz...

E o Silencio é a coisa mais bonita. Já não há nada para dizer. E o silencio é muito mais confortável do que qualquer conversa de circunstancia... Não precisamos disso!

Quem não sabe o que é o Silencio? Quem nunca viveu este Silencio tão dificil e tão belo?
Eu quero-o para sempre... Momentos de Silencio. Plenos, simples. Onde duas almas se encontram e se entendem. Os olhares quase se tocam e os sorrisos são curtos.
Quero Silencios! Não precisar das palavras desnecessarias. Não querer nada senao o som quase sincronizado da respiraçao e do pensamento!

E se o Silencio é dificil, vou torna-lo fácil! Basta-me encontrar-te, correr para o teu nivel, viver no mesmo patamar, equilibrar-me contigo.


quarta-feira, julho 08, 2009

Dias Perfeitos!

O que são dias perfeitos?
São aqueles em que tudo corre bem... Em que chegamos ao fim e não utilizamos o "mas" para descreve-lo!
São dias em que conseguimos fazer tudo. Levantamo-nos de manha e as coisas aparecem sem corrermos. Vamos fazendo tudo e tudo corre bem e traz satisfação.
São dias que nos fazem felizes, pacificados, energizados, com o desejo de que todos os dias sejam iguais a este!
São dias em que partilhamos, partilhamos muito! E vivemos os nossos momentos...

Hoje foi um dia perfeito!
Se os dias perfeitos não são iguais a este, então eu não sei o que são dias perfeitos!

Eram 8 e meia quando tocou o despertador. Tinha uma hidratação facial às 10 e ainda queria continuar os apontamentos para o exame de Domingo. Deu tempo também para tomar o pequeno-almoço com a Sofia que veio apresentar uma peça e esteve a dormir cá em casa. Acabei os apontamentos, tomei banho e às 10h lá estávamos (a Ana e eu) na demonstração da Herbalife, a passar Gel de limpeza, mascara, esfoliante, tónico, hidratante, tudo o que uma pele saudável precisa! "Porque afinal a pele é o nosso maior órgão!"
Onze e meia e já estávamos a regressar a casa com uma cara limpa, hidratada, saudável e reluzente!
Antes do almoço imprimi os apontamentos e preparei-me para uma tarde de praia. Confesso que estava com a consciência um bocado pesada, porque estamos na época de exames, porque tenho um muito importante no Domingo. Mas já estou em exames há tanto tempo que precisava...
Às duas já tinha à minha espera dois rapazes giríssimos, com pranchas, kites e boa disposiçao, prontos para passar uma tarde maravilhosa! Peso na consciência?? O que é isso??
Lá fomos. A Praia Nova Vaga foi o destino. Parece que é a única praia do país onde é legal praticar kite. E nós podemos andar num curso que não é reconhecido, numa escola que nao está legal, mas quando se trata das praias gostamos muito de andar dentro da lei!
Diz o perito que o Vento estava perfeito. E devia estar mesmo porque contei 30 kites no mar, no ar!
E passaram horas. Apanhamos Sol (lá se vai a hidratação facial que fiz de manha...), mergulhamos, conversamos, rimos. O dia começa a chegar ao fim e a praia tão povoada começa a ficar vazia. Poucos devem conhecer a sensação de ser o ultimo a sair da praia, ver todos a irem embora e ficar sentado a olhar o mar. Partilhar o silencio e a paz, sem incómodos nem constrangimentos. Como se a alma descansasse, como se fizéssemos parte da areia e do mar. Podia ficar assim, aqui, dias seguidos...
O Vento começa a ficar incomodativo. Fazemos parte da natureza, mas não vamos exagerar! E também já são quase 9 horas, já é tempo de regressar a casa. O trajecto demora mais, porque o dia não podia acabar sem uma conversa entre amigos. Há tanto tempo que não falávamos assim, sem restrições, só com sinceridade. Podemos falar de tudo, contar segredos, confessar medos, filosofar, aconselhar, aprender. Podemos ser íntimos e cúmplices. Porque os amigos precisam disto, merecem isto! Porque os amigos assim são poucos e valiosos!
A palavra "Obrigada" parece pequena e insignificante ao lado daquilo que quero dizer...

E é quase meia-noite. O meu dia está a chegar ao fim e eu sinto que ainda podia ter mais horas, ainda podia começar tudo de novo!
Porque há alguma coisa de especial nestes dias, são tão perfeitos que quase os sinto irrepetíveis! É algo de muito bom que podia acontecer todas as manhas!
Digo que estou feliz, muito feliz!

Se há um caminho para se ser feliz, passa por aqui de certeza!
Se há dias perfeitos, são muito parecidos a este!


Resta-me só entrar na banheira e tirar o Sal que ainda tenho no corpo. Sabendo que há Sal que vai ficar comigo e prolongar esta sensação por muito tempo, como se conservasse bem-estar, paz e harmonia.