terça-feira, setembro 30, 2008

Momentos inesperados!

É tão maravilhoso deixar-me levar por aquilo que queres de mim...
Pergunto-me como cheguei aqui... Como chegamos a isto?
Foste tu que quiseste? Fui eu? Quem foi?
Eu sei que quando te vi, quando te vi verdadeiramente, eras o que sempre imaginei que serias! Adulto, decidido, meigo, um homem como tantos outros: simples e banal! Mas especial como só tu!
E transmites-me calma, ao contrario do que era de esperar!
Somos iguais, enquanto temos tão pouco em comum! Somos iguais quando despimos todas as máscaras e vive
mos para este momento, com o mesmo sentimento...
E uma certeza que não queríamos estar em nenhum outro lado, apesar de sabermos que tudo isto está errado!
E não é aquela sensação de "parece que já nos conhecemos há tanto tempo!". É uma coisa diferente... É uma descoberta, uma aventura maravilhosa e inesperada!
E não há aquele desejo de "querer para sempre"! Há uma vontade de que cada minuto seja um tempo indeterminado, como se não houvesse mais, como se o dia não amanhecesse nunca!


E fica, mais uma vez, o Pedro, no seu melhor:

Saiu pela noite,
Pelas ruas do Porto,
Procurando os seus olhos
Num copo já morto.
Perdeu-se na vida
Encontrou-a na Foz,
Entre o Molhe e a Avenida
Há tanta gente a sós.
E eu e tu somos iguais.
Esconderam palavras
Por trás das palavras,
Disseram amor
Sem se perceberem.
Dançaram na estrada,
No asfalto dos loucos,
Entre o céu e o nada
Foram morrendo aos poucos.
E eu e tu somos iguais.
E pediram-se um beijo,
Uma mão que os agarre,
Parados no tempo,
Para que o tempo não pare.
E eu e tu somos iguais.
E quando perceberam
Que a noite era só deles,
Mataram desejos
E rolaram beijos
Colados ao corpo,
Perdidos no chão.
Então os dois foram um,
E o tempo nenhum
Para o que tinham para se dar,
Põe o teu corpo no meu,
Deixa a noite acabar.
Então de um fez-se dois,
E o tempo depois
Foi tão pouco para viver,
Põe o teu corpo no meu
Sente o meu a amanhecer.
Enrolou um cigarro
Que fumaram a dois,
Revivendo o prazer
Que viria depois.
Beberam olhares,
Lugares de veneno,
Nas paredes do quarto
O mundo é tão pequeno.
E eu e tu somos iguais.
Partiram no carro
A voar na cidade,
Encantados nas luzes,
Despistando a vontade.
Deram-se as mãos,
E os corpos também,
A 200 à hora
Não os vai vencer ninguém.
E eu e tu somos iguais.
E pararam o mundo
Numa rua qualquer,
Num abraço sereno
Sem ninguém perceber...
E eu e tu somos iguais.
E quando perceberam
Que a noite era só deles,
Mataram desejos
E rolaram beijos
Colados ao corpo,
Perdidos no chão.

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