É dificil, hoje, saber como começar. Como se começa a narrar a mudança? Como começo a explicar que são loucos estes anos de crescimento? Como digo que se vive tanto em tão pouco tempo?
Eu queria falar de uma rapariga à janela. Aquela que fui. Aquela que somos quando ainda não sabemos muito bem o que é viver. Aquela que julga que vai ficar à janela a vida inteira. Porque está bem ali, no conforto, no que é seguro. Tem medo que deixe ser quem é, se sair para o mundo que vê lá fora.
Esse rapariga sou eu, fui eu. Até que vieram os anos, estes últimos, os melhores. Foram poucos, tão poucos comparados com aqueles que ainda podemos viver! Duraram o mesmo que os outros anteriores, nem mais dias, nem menos dias, claro! Mas e a intensidade? E a quantidade de coisas que se vive em tão pouco tempo? E o valor que têm as coisas que nunca julgamos que iríamos fazer? E as mudanças inesperadas que acontecem todos os dias? São anos maiores... São dias melhores...
A rapariga à janela tinha medo de deixar de ser quem é. Mas não mudou! Está diferente, mas não mudou. Faz hoje coisas inesperadas. Decide com o coração, a vontade, o desejo, sem pensar muito. Porque descobriu que a vida, assim, é muito mais feliz! A rapariga que sou hoje tem os mesmos valores. Respeita e dá-se ao respeito. Tem mais responsabilidade, e já é adulta.
Ama e deixa-se amar. Vive como nunca viveu, cada dia, cada dia melhor. É feliz!
E voltava atrás? Não, porque estes anos são os melhores que já viveu.
Ainda gosta de estar à janela. Mas já conhece o mundo lá fora. Fica empoleirada no parapeito só para apreciar a sua felicidade, por as ideias em ordem, arrumar o coração, de vez enquando.
Esta rapariga que sou hoje, é feliz! Gosta da familia, dos amigos, dos amores. Tem saudades e carências, mas aprendeu a viver sem pensar muito nisso. Sabe que precisa de bater com a cabeça na parede, muitas veze
s, mas só assim vai aprender. Sei, principalmente, que os melhores momentos são agora e tenho que aproveita-los, vivendo o dia, a noite. Apanhar um sol ou uma lua. Olhar nos olhos e fecha-los com um sorriso no rosto. Sei que não há nada melhor que que estou a viver agora, e isso conquistei, e vou manter!
Porque os anos de mudança e crescimento são pequenos e intensos, mas são agora, só agora!
But your soul you must keep, totally free.
In these bodies we will live
In these bodies we will die
Where you invest your love,
You invest your life
É assim que tem de ser feito. Olhar com amor, pela janela, para o mundo, para a vida. Sentir amor no olhar, no abraço, no beijo, no corpo. Investir na mudança, na vida!
1 comentário:
Caso os textos sejam inteiramente de sua autoria, dou-lhe os meus Parabens. Revelam uma sensibilidade e uma atenção à vida impróprias da geração (à) rasca de que tanto se fala por aí. Só tenho pena que não seja mais assídua a publicar. Mesmo que não se sinta inspirada, publique. Sobretudo nesses dias, de pouca ou nenhuma inspiração.
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