Chegaste sem dizer olá.
Foste embora sem dizer adeus.
Chegaste, viveste, foste embora... e eu nem te vi, nem te ouvi.
Regressaste de passagem, mas o lugar não foi o meu. Muito perto do meu, mas não o meu.
Foi por egoísmo? Foi por cobardia? Foi por medo? Não percebo porque foi. Não entendo porque mantiveste longe quando o espaço era tão curto.
Sabes? Preferia que nunca tivesses existido. Preferia que esta nossa existência passada, tão curta, nunca tivesse acontecido. Preferia nunca ter cruzado a minha vida com a tua. Preferia que nunca nos tivéssemos junto, para que nunca nos tivéssemos separado.
mas afinal foste sempre tu quem decidiu tudo sobre a nossa existência. Afinal foste tu, por qualquer obra de Deus, ou do Destino, que te puseste na minha vida Com uma pergunta tão simples e inocente, que nunca ninguém adivinharia ser tão poderosa. Nada ficou na mesma, nada marcou tanto, nada foi tão "ponto de viragem".
Afinal foste tu que decidiste por fim a qualquer troca de palavras, a qualquer futuro.
Afinal foste sempre tu que tomaste a iniciativa, para o bem e para o mal.
E eu, se calhar, preferia nunca ter tido o bem, porque o mal não está a compensar. Se calhar preferia nunca ter respondido a pergunta nenhuma. Mas também, talvez, não fosse o que sou. Talvez tenha sido mesmo preciso todo o bem, e o mal, para aprender, para crescer. "Vivendo e aprendendo", não é?
Ainda assim, acho que não tinhas esse direito, o da decisão!
Não desejo voltar atrás. Não desejo não viver o que vivi. Não gosto de me massacrar com o "se soubesse o que sei hoje". Mas tem sido inevitável não pensar nisso quando o peito queima de incertezas e raiva. É inevitável não pensar nisso quando me lembro de ti. De ti sem um olá. De ti sem um adeus.
Tu, assim, não fazes falta nenhuma. Tu, assim, és fácil de eliminar. Mas como elimino, ao mesmo tempo, o outro? Aquele que faz falta...
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