quinta-feira, janeiro 26, 2012

Tempestade

E de repente começou uma tempestade! Em pleno alto-mar...
O barco, construído ao longo de 25 anos, parecia robusto. Mas não foi o que aparentava, não fui suficientemente para aguentar esta tempestade. Não esta, cheia de vento, chuva, trovões, e ondas muito altas...
Abanou, abanou... Alterou momentos de estabilidade com aqueles em que foi metendo água. 
Mas tudo à volta estava revolto. O mar sereno e infinito estava transformado numa autentica panela com água a ferver!
E o barco não aguentou, e virou. Deitou à água a sua mais fiel passageira. E naufraguei...

Claro que eu sabia nadar. Claro que nunca tive problema algum com a água. Mas nunca ninguém me ensinou a nadar contra todas as marés, a ser mais forte que todas as águas, e superior a todas as ondas.

E perdi forças! Assim como o meu barco, alternei a esperança com a desistência, a coragem com o medo.

A tempestade acalmava de tempos a tempos. E o Sol brilhava, e eu sorria. Mas de repente, estava sozinha de novo... E a chuva recomeçava, e eu voltava a gastar todas as forças!



Um dia, depois de muitos dias, o Céu abriu de uma maneira diferente. Senti uma mão a puxar-me, a segurar-me. O sítio para onde me levou não é terra firme, não é "casa". Mas aqui já não há ondas gigantes, e os ventos são mais fracos. Ainda chove, chove daquela água que limpa... O Céu não está azul, mas as nuvens são mais claras.

A partir daqui volto a construir o barco. Reforço tudo o que ficou partido, e torno-o mais forte, para as próximas tempestades. 
Um dia volto a po-lo no mar. Ganho força e o mar volta a ser calmo e infinito.

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