Ontem antes de dormir, coincidentemente, li qualquer coisa que dizia qualquer coisa como: "A vantagem de sermos adultos é que podemos tomar as nossas decisões com consciência. E depois de as tomarmos termos a certeza que, para o bem ou para o mal, tudo dependeu de nós." Qualquer coisa assim...
É vantagem? Não era melhor alguém tomar as decisões por nós, para depois termos essa desculpa, e não termos essa responsabilidade?
Mas e depois, se as coisas correm bem? Não é melhor sabermos que dependeu de nós? Que fomos responsáveis por este ou aquele sucesso...
Esta coisa das decisões tem muito que se lhe diga...
Então ainda tem mais quando as nossas decisões não nos afectam só a nós. Essas é que são verdadeiramente difíceis e marcantes!
Quantas dessas tomaste nas últimas semanas? Quantas dessas eu tomei? Quantas dessas tomamos em conjunto?
E umas pareceram fáceis, porque faziam sentido. Porque todo o sentimento, presente em todas as células do nosso corpo, nos levava nesse caminho.
Outras dessas pareceram mais complicadas, porque representavam mudança na rotina, na maneira de pensar. Mas fizeram-nos felizes depois.
Outras ainda foram as mais difíceis. Essas que estiveram ligadas ao desprendimento, à ruptura. Essas que representam a maior luta dentro de nós. Essas que entendemos, racionalmente, mas não conseguimos conceber na emoção. Porque doem. Porque criam este vazio.
Há dois dias eu sabia que tinhas tomado uma decisão. O teu olhar tinha mudado. Tinha-se (tinhas) perdido a força em nós. Chegaste pela primeira vez à minha casa, com a cabeça organizada. E até o Coração parecia apaziguado com as novas decisões. Quando abri a porta sentiram-se ventos de mudança...
Tinhas tomado uma decisão há muito anunciada. Mas que ainda não tinha vontade de aceitar.
Foi a melhor decisão! Essa de ficares só. Essa de organizar as ideias. Essa de pensares com o coração e o corpo.
Talvez se precise mesmo de sofrer um bocadinho, de vez em quando. Para ver se equilibramos a balança. Para ver se, pelo menos, conseguimos ver as coisas com outros olhos, mesmo que sejam olhos nublados e húmidos.
Eu não gosto deste vazio. Como não gosto das certezas que tu sempre tens, ou achas que tens, quando entras em mim e decides o que eu sinto. Não gosto desta sensação de "tirar o chupa-chupa à criança". Mas afinal já sou adulta e consigo perceber que pode ter vantagens sabermos o sabor bom do chupa-chupa, mas não o termos. Consigo perceber que tem vantagens, no imediato, no futuro próximo. Mas não para sempre... Porque é impossível estarmos eternamente na espera, e na busca, de algo que é nosso, e nos faz feliz, mas uqe não temos.
Agora, a vantagem de eu ser adulta é que vou poder tomar a decisão de lembrar, de aproveitar cada bocadinho da nova fase, de esperar.
Sou uma adulta com consciência e paciência. E hoje, em relação a ti (a nós), não preciso da esperança, porque tenho certezas. Estou certa do que sinto, do que sentimos. Estou certa do que quero. E, de uma maneira inexplicável, estou certa do que vai acontecer...
E, sabes, eu vou continuar a ser muito feliz contigo.
Não parece agora, por ter esta sensação "londrina" de ter o meu coração bem longe, lá (aí) do outro lado da cidade. Não parece agora por sentir este vazio desaconchegado...
Mas fui feliz ontem, e vamos ser felizes amanha. (Podes guardar bem essa certeza!)
Tomaste a decisão certa. Precisas de ti, mais do que precisas de mim ou de qualquer outra pessoa. Mas de uma forma, algo egoísta, espero que te encontres rápido! (Não totalmente egoísta, porque quanto mais rápido te encontrares, te resolveres internamente, mais rápido vais poder ser plenamente feliz. E quanto tempo não sabes o que isso é?)
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