quinta-feira, agosto 25, 2011

Tango


Estou a olhar para esta página em branco, e a pensar em tango... Tango... Sim, tango! Esse estilo musica cheio de sensualidade. Essa dança de drama e paixão. Esse "pensamento triste que se pode dançar".

É por tua causa que penso em tango hoje. Por tua causa não consigo tirar este ritmo da minha cabeça hoje.
Porque me lembra olhares e sorrisos cúmplices, respirações curtas e suspiros de desejo. Faz-me querer lábios que quase se tocam, e toques que arrepiam.

É porque tu danças tango, e não samba. Porque delicias aos poucos, em pequenos turbilhões.

E hoje quero tango, e um copo de Baileys!

sábado, agosto 06, 2011

Viagem à volta de Aqui


É a viajar que me encontro. Nos sítios que nunca foram meus. Naqueles que talvez tenham sido meus, por me puxarem tanto para eles. Um antepassado, uma outra vida quiçá! É lá que me encontro, quase sem me procurar. Esbarro com as soluções de problemas fundos, antigos, aqueles que até julgava já não ter. Descubro quem sou, e quem são os outros, quem são os outros nas saudades que, afinal, sinto.
É nas viagens, pequenas e grandes, que me encontro. Deixo a minha rotina e o meu ritmo. Deixo tudo marcado nos outros, naqueles que ficam. Ninguém me segue. Vou só e o meu cheiro vai deixando um rasto mais leve, para descobrir novos cheiros, novos ritmos.
É a viajar que me encontro. E descubro que não estou só, apesar de sozinha.



Diz o Miguel Torga,

É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...