sexta-feira, novembro 27, 2009

Há meses que não via o mar... Três meses!

E ontem vi. Quando regressei à rotina. Agora que voltei à vida que me espereva.

Que saudades!!!

No outro lado do mundo não vi o mar... Muito menos este "meu" mar!

E ontem vi. Sentada à janela, de costas.

Vi o mar, revoltado e tempestuoso.

Menos perto do que queria. Menos tempo que ainda quero... Para matar saudades!






Para Sul

Quero ir para Sul

Mas sem esquecer o Norte

O Norte

Onde me recolho

Onde me revejo

Mas é para Sul que quero ir

Onde me procuro

Onde me reencontro

Com uma mão

Prendo-me ao Norte

Com a outra tacteio o Sul

Quando para lá me dirijo

Olho à esquerda

Onde está nascente

Que me sopra energia

E me empurra

Para um novo dia

Espreito à direita

Onde está o acaso

Que me absorve para a noite

Onde me recomponho

E onde me curo

E sigo para Sul

À procura, lá no fundo

Talvez me aviste

Talvez me encontre

A olhar para mim

Lá ao fundo

Já sem Sul

E virada para o Norte

Onde tudo recomeça



Maria Paula Marques, Poemas do sentir

Hoje, e nao Amanha

Prefiro que partilhes ocmigo uns poucos minutos, agora que estou viva, e não uma noite inteira, quando eu morrer.

Prefiro que apertes suavemente a minha mão, agora que estou viva, e não apoies o teu corpo sobre mim, quando eu morrer.

Prefiro que me faças uma só chamada, agora que estou viva, e não faças uma viagem inesperada, quando eu morrer.

Prefiro que me ofereças uma só flor, agora que estou viva, e não me envies um formoso ramo, quando eu morrer.

Prefiro que me digas umas palavras de alento, agora que estou viva, e não um dilacerante poema, quando eu morrer.

Prefiro escutar um só acorde de guitarra, agora que estou viva, e não uma comovedora serenata, quando eu morrer.

Prefiro desfrutar de todos os minimos detalhes, agora que estou viva, e não de grandes manifestaçoes, quando eu morrer.

Prefiro escutar-te um pouco nervoso dizendo o que sentes por mim, agora que estou viva, e não um grande lamento porque não o disseste a tempo, quando eu morrer.

terça-feira, novembro 17, 2009

Inevitavel

Tenho um livro na prateleira que nunca antes tinha lido.

Não é meu! Foi oferecido ao meu primo e, há uns tempos, ele emprestou-me para ler. Trouxe-o para casa mas nunca tinha pegado nele.

O livro chama-se "Inevitável" e o autor é A. Jorge Oliveira.


Já estava deitada, pronta para apagar a luz, quando decidi pegar neste livro que nunca tinha despertado a minha curiosidade.

Começo a ler a capa de trás... E tudo faz sentido! Impressionante como decidi le-lo agora!


"(...)

Sinto que vou conseguir dormir em paz hoje. Amanha espera-me outro dia. Talvez vá visitar outras ruas ou descer um pouco mais até ao mar. Sabe bem sentir curiosidade novamente. Apetece-me rever tudo, menos as pessoas. Não que sobrem muitas das que me irritavam, mas ainda assim, rostos familiares são mais desagradaveis do que lugares familiares. Os lugares são observados e é tudo. Os rostos observam-nos de volta. Por vezes o mais duro é sermos observados através deles por nós mesmos. Ver em nós aquilo que costumam ver, por mais incoerente que seja essa visão. Talvez um olhar seja a semente necessaria para a injustiça germinar, proliferar e contaminar o que nos rodeia. Não importa agora. Tudo o que quero é desabar nesta cama. Pelos vistos o colchão é o memso. Até isso. Era bom dormir aqui. Julgo que ainda será. Sim, continua confortável. Mais ainda do que me lembrava. Estou a ceder. Cansço. Sono. Confusão. Estou mesmo aqui? Mal consigo crer. Não penses, fica quieto. Isso mesmo, estás quase lá. Descansa. Feito.

(...)"


E foi assim. Sem paragrafos, numa confusao de palavras, que alguem escreveu quase tudo o que eu queria dizer.


Cheguei! Ao mesmo lugar, às mesmas pessoas, à mesma rotina. A querer ver, sem ser vista. Ouvir sem falar.

Continua tudo na mesma. Se calhar só eu mudei...

segunda-feira, novembro 16, 2009

Change

Não gostei de ti ontem...

Não tenho gostado de ti nos últimos tmepos...

Mudaste, muito! E não gosto de ti assim...


Não acontece só contigo...

Tem acontecido com muita gente!


Será que também mudei?

Será que também já não gostam de mim?


Como me posso adaptar a tanta mudança?

Seremos assim todos mutantes?

domingo, novembro 15, 2009

E depois de tanto tempo longe...



Como transmito tudo o quer vivi? Como digo tudo o que aprendi?



Foram tantas as coisas que aconteceram. Não sei por onde começar. Não sei o que contar. Não sei se quero partilhar tudo. Ou nada...



Apetece-me só ouvir. Matar saudades das vozes e dos sorrisos. Saber tudo o que se passou na minha ausencia. E queria ver tudo o que não vi, tudo o que só tenho aqui, e que me fez falta.

Apetece-me contar aos poucos. Responder a todas as curiosidades e contar as estórias que me vou lembrando... Hoje, ou amanha, ou depois.

Apetece-me abraços! Daqueles que nos dão as boas-vindas, daqueles que estão carregados de saudades. Abraços felizes, daqueles que fazem parar o mundo, porque era tudo o que precisava.



Agora, aqui, olho para tras e pergunto: "O que é que fizeram 2 meses em mim?", "O que aconteceu em mim?"



Durante 2 meses reflecti, longe de todos. Reflecti sobre as amizades, a familia, o amor. Sobre todas as relaçoes... Durante 2 meses quis aperceber-me do que era realmente importante. Quis saber quem valia mesmo a pena... Descubri como e para onde (mereço) direccionar esforços e prioridades.



Foi dificil deparar-me com as saudades. Foi dificil optar por "fugir", como se desaparecesse por algum tempo. Foi dificil resistir à vontade de ligar a todos e contar novidades...

Mas ao fim de tanto tempo, estava a precisar disso... De me afastar. De alguma maneira testar-me e testar relaçoes!



E depois de tanto tempo longe...



Tudo muda!