segunda-feira, maio 23, 2011

Acabei, virei, comecei!



E tudo acabou...
Fechou-se o ciclo!
Virou-se a página.
O capítulo chegou ao fim...

E tudo acabou, para começar...
Um novo ciclo.
A página em branco.
Um capítulo diferente...






Tinha chegado o fim desta fase. Eu sentia-o, a pairar no ar! Como se fosse alguma coisa que me olhava constantemente, fixo em mim. Eu sabia que ia haver um momento em que já não ia voltar atrás, um momento de viragem... A partir dali ia ser tudo diferente.
Eu sentia que a nova vida se ia instalando, aos poucos... Começava a fazer as coisas de maneira diferente. Olhava o mundo com outros olhos. Iam mudando as pessoas à minha volta.
Muito devagar... Sorrateiramente...
Mas nestes dias tudo estava mais intenso! As minhas cidades estavam inquietas... As pessoas paradas demais, indecisas demais! Ou estaria eu mais certa, mais nervosa? Sim... Era eu!
Senti tudo compactado! Tudo que vivi, tudo o que ia viver... Tudo em dois dias! Tudo o que caberia numa vida!

Como é que podia fechar este ciclo, e recomeçar o novo Eu? Da maneira mais graciosa e pura. Da maneira que conheço, daquela que se mantém página após página... Da minha maneira!

Recebi a minha folha em branco, e decidi escrevê-la.
Vesti o vestido e calcei os sapatos de salto. Subi o Parque, como quem voa. E no meio de nada só nós, uma garrafa de vinho, 2 copos, e a nossa música. Como se quiséssemos recriar as cenas do Paulo Coelho no Rio Piedra...
Éramos nós, meu querido Anjo Negro. Nós a escrever as ultimas linhas do capítulo que passou.
Fomos nós, meu querido Sobreiro. Nós a escrever as primeiras palavras do meu novo capítulo.

Assim, sem mais nada. Assim como tu pediste, como eu queria, sem sonhar nada!

E a minha vida mudou, ao longo de meses, através de todas as personagens que criei ao longo de tão pequeno tempo. A página virou, e eu sou a mesma. Virou tão rapidamente que podia nem me ter apercebido. Mas eu senti... Senti a Outra que deixei para trás. Para passar a ser Eu, eu mesma, neste momento.



E tudo acabou, para começar de novo.
Não recomeça, continua, mas diferente!

Porque a minha vida vai estar sempre entre calças e vestidos, sapatilhas e sapatos.
Porque serei sempre criança e mulher.
Tempo após tempo. Ciclo após ciclo. Capítulo após capítulo. Em todas as páginas do livro da minha vida.

sábado, maio 14, 2011

Ponto de intersecção, meu ilhéu!

Abri o livro e lá estavas tu, escarrapachado logo no primeiro poema que li.



Talvez um ponto de intersecção

Dizes com o olhar aquilo
Que desdizes quando juntas as letras
Dizes com a ponta dos teus dedos
Aquilo que negas quando escreves
Dizes com os lábios fechados aquilo
Que sufocas quando constróis frases

Dás tanto num gesto
Pedes tanto com o olhar
Retribuis tanto calado
Para melhor negares quando
Escreves e dizes que não acreditas
Que escrever É gritar sem ruído

Para ti escrever é negares-te
Negares até à exaustão
O que queres, o que desejas
O que és, o que queres ainda acreditar
O que queres ainda viver

O teu escrever não é
Expressão, é calar
Empurrar para dentro
É enxotar, afastar
É um chega para lá

Fazes-te ilha despovoada
Sem o seres
Fazes-te habitante
Isolado, sozinho como
Tu pensas que és mas não
Como desejas ser

Nessa solidão auto imposta
Temperada de azedume
Descrença, desconfiança
Tremes, estremeces, acordas
E gritas: Olha eu aqui! Aqui!
Não me vês?

Sim! Vejo-te a gritar nesse silêncio
Vejo-te a pedir, quase a rogar
Que eu, visitante indesejada e desejada
Faça uma incursão à tua ilha

Chego e pouso levemente
E levemente me acolhes
Quase te dás, quase
Quase te entregas, quase
Quase já acreditas
Que talvez gostes da visitante
Que talvez estejas cansado
De ser ilhéu
Quase

E quando levanto voo
E parto, tu, meu ilhéu querido
Em quem tu não acreditas
(mas eu acredito)
Vens com palavras mudas
Dizeres-me que não acreditas
Dizeres que Não
Que não sabes, que não és, que não queres
Dizer
Que Não

Meu ilhéu que nasceu
Para ser povoado, meu ilhéu
Que nasceu com coração
De continente, em que ficamos?
Eu num ultra-leve, num sobe-e-desce
Em agonia, perdida de agitação
Dos ventos, das emoções
A queres acreditar
Que sou boa companhia
Para mim, para os outros
Boa, para ti

E tu aí, a quereres
Convencer-te, a quereres
Convencer-me que não
Que não és boa companhia
Nem para ti, nem para os outros
E muito menos para mim

Diz-me
Meu ilhéu calado
Meu ilhéu despovoado
Que gritas sem ruído
Onde está, então, o nosso
Ponto de intersecção?!

Maria Paula Marques - Poemas do Sentir

domingo, maio 01, 2011

Filipa!


Oh minha querida!!
Como é que já estamos aqui? Como é que a nossa amizade se manteve até aqui?
Filipa, és tu como se fosses uma irmã. E é maravilhoso poder estar presente nesta fase da tua vida!!
Obrigada por deixares, obrigada por manteres esta nossa amizade, tantas vezes separada por tantos kilómetros.
Adoro ter-te na minha vida. Adoro saber que podemos confiar uma na outra. Adoro que te mantenhas na minha vida, na vida dos meus amigo
s, na vida da minha família.
Filipa, o que te desejo, hoje, é tudo o que desejo a mim mesma, o que desejo a uma irmã. Quero que te sintas realizada sempre, em todos os níveis! Quero que sejas feliz, muito feliz!! Quero que todos os teus sonhos se realizem!