terça-feira, dezembro 13, 2011

A minha casa é longe!


É aqui que me sinto bem. É esta a minha casa. São estas pessoas a minha família.
Não quero sair daqui. Não quero...

Porque não tenho vontade de voltar àquilo em que a minha vida se tornou. Aqui sou eu, aquela que sempre fui. Aqui rio, aqui dou gargalhadas. Aqui olho para todos, por igual, sem ressentimentos, sem desilusões. Aqui esqueço os problemas, enquanto tratam de mim, com carinho e amizade.

Para quê voltar? Para ter de enfrentar os estilhaços do mundo que desmoronou? E lidar com a tristeza e a revolta... Porque, sim, o mundo mudou. O meu mundo virou do avesso e não há meio de se pôr do direito... Que fim do mundo! Que problemas estes que nunca acabam, que criam outros problemas, novos, e eu não sei lidar com eles.
E se eu ficar aqui? Aqui onde vivo em paz... Aqui onde me cuidam... Aqui onde fico feliz!
E se eu quiser que a minha vida mude, de novo, para aqui? Assim só para fingir que os problemas se resolveram sozinhos e desapareceram. Assim só para fugir, e viver a minha vida à minha maneira, na minha casa, nesta família pendurada na parede da sala.



"
- Não devias ir embora... Quando voltas?
- Não sei... Se calhar já na sexta!
- Vá, volta!
"

E eu não queria ir embora, não daqui! Não de vocês! Porque é muito fácil voltar a habituar-me a esta vida, agora a quatro, de couchsurfing...
Mas amanha vou embora... Quero regressar em breve, muito em breve! Para voltar a ser feliz...

Obrigada por cuidarem de mim! Por fazerem com que não tenha vontade de regressar à minha vida de hoje!

terça-feira, novembro 08, 2011

Teu


Foste o primeiro a quem pedi auxílio! No meio da noite, quase de madrugada, há duas semanas atrás...
Durante estes dias já recebi palavras, beijos, e abraços virtuais. Já recebi carinho enviado desta maneira tão moderna, e tão pouco aconchegante...
Faz-me falta o teu abraço, o calor dos teus braços.
Faz-me falta o aperto de que preciso tanto, para me sentir segura.
Faz-me falta a esperança que me dás ao ouvido: "Vai passar. Vai tudo ficar bem!" E só depois do teu abraço é que vou acreditar nisso!
Só depois de ter absorvido a tua força, o teu carinho...
Faz-me falta... Preciso disso agora!

terça-feira, outubro 18, 2011

De ti

Chegaste sem dizer olá.
Foste embora sem dizer adeus.
Chegaste, viveste, foste embora... e eu nem te vi, nem te ouvi.
Regressaste de passagem, mas o lugar não foi o meu. Muito perto do meu, mas não o meu.
Foi por egoísmo? Foi por cobardia? Foi por medo? Não percebo porque foi. Não entendo porque mantiveste longe quando o espaço era tão curto.
Sabes? Preferia que nunca tivesses existido. Preferia que esta nossa existência passada, tão curta, nunca tivesse acontecido. Preferia nunca ter cruzado a minha vida com a tua. Preferia que nunca nos tivéssemos junto, para que nunca nos tivéssemos separado.
mas afinal foste sempre tu quem decidiu tudo sobre a nossa existência. Afinal foste tu, por qualquer obra de Deus, ou do Destino, que te puseste na minha vida Com uma pergunta tão simples e inocente, que nunca ninguém adivinharia ser tão poderosa. Nada ficou na mesma, nada marcou tanto, nada foi tão "ponto de viragem".
Afinal foste tu que decidiste por fim a qualquer troca de palavras, a qualquer futuro.

Afinal foste sempre tu que tomaste a iniciativa, para o bem e para o mal.
E eu, se calhar, preferia nunca ter tido o bem, porque o mal não está a compensar. Se calhar preferia nunca ter respondido a pergunta nenhuma. Mas também, talvez, não fosse o que sou. Talvez tenha sido mesmo preciso todo o bem, e o mal, para aprender, para crescer. "Vivendo e aprendendo", não é?
Ainda assim, acho que não tinhas esse direito, o da decisão!

Não desejo voltar atrás. Não desejo não viver o que vivi. Não gosto de me massacrar com o "se soubesse o que sei hoje". Mas tem sido inevitável não pensar nisso quando o peito queima de incertezas e raiva. É inevitável não pensar nisso quando me lembro de ti. De ti sem um olá. De ti sem um adeus.
Tu, assim, não fazes falta nenhuma. Tu, assim, és fácil de eliminar. Mas como elimino, ao mesmo tempo, o outro? Aquele que faz falta...

quinta-feira, setembro 29, 2011

Silêncio


Não percebo o silêncio.
Porquê o silêncio quando há tanto para dizer?
Para quê o silêncio?

Só consigo admitir aquele silêncio que sabe bem... Aquele que aparece quando já há telepatia, quando já estamos lado a lado e não precisamos quebrar o silêncio para que muita coisa seja dita.

Mas não entendo o silêncio quando se está longe.
Não há telepatia à distância. Não há conforto no silêncio de quilómetros.
Porque não existe o olhar, o toque, ou o sorriso. Só o silêncio, pesado, duro.

Gosto de falar. Gosto de ouvir.
Não gosto do silêncio quando sei que há tanto para dizer...

Não percebo o silêncio.
Nem o silêncio da ausência de resposta, nem o silêncio da distância.

Não entendo o silêncio entre duas pessoas. Prefiro as palavras, e a telepatia próxima.

Ilusão em fuga...


Se calhar criei uma ilusão. Se calhar tu já não és quem um dia foste. Ou se calhar nem nunca foste, e tudo não passou de uma ilusão.
Se calhar procurei durante tanto tempo alguém que já não é o mesmo. Nove anos... Nove anos estive longe e tentei encontrar em muitos este ilusão perdida.
Se calhar não o vou encontrar nunca mais, aquele que tive, aquele que julgo não ter mudado.

Persegui uma ilusão. Persegui quem me faz falta. Persegui tudo. Continuo à procura, na verdade... À procura de uma ilusão, daquilo que foste.

E tenho medo. Medo de nunca mais te encontrar. Tenho medo de ter perdido a ilusão e a esperança.
Tenho medo da saudade, deste aperto no coração. Medo da desilusão, do esgotamento.
Tenho medo de ti, de não seres, de seres tu que eu não conheço. Medo de mim, da eterna perseguição, de ser esta que não conheces.

Não gosto deste sentimento que, realmente, so poderia sentir por ti. Não gosto da fuga, muito menos da perseguição...

Preciso da tua amizade, do teu carinho. Preciso, preciso de ti, girassol...

Ainda tens? Ainda estás ai? Ou sonhei? Ou afinal suspiro por uma ilusão? Não posso acreditar nisso!

sábado, setembro 10, 2011

Reencontro


Já são 4 da manhã e eu devia era estar a dormir, descansada, com um sorriso nos lábios. Mas tinha de escrever, tinha de marcar este momento.
Nas ultimas 3 horas vivi um reencontro maravilhoso. Quem sabe o que é rever um amigo depois de alguns anos longe? Não um amigo qualquer. Um amigo que foi criado connosco, que cresceu diariamente ao nosso lado, ao mesmo tempo, que viveu (praticamente) a nossa mesma vida.

Já por duas vezes escrevi sobre ti, já por duas vezes nos inclui no nosso "Trio". E hoje, podia voltar a escrever tudo de novo.
Como é maravilhoso este carinho que se instala entre nós. Esta amizade que, apesar de já não viver diariamente, é ainda tão cúmplice.
"Estar aqui ao pé de ti faz-me sentir puto de novo!"
E quase parece que o tempo parou e afinal estamos ainda com 14 anos. Mas, hoje, não revivemos muito, não houve tempo para grandes nostalgias. Hoje, quisemos saber de nós, numa ânsia de perceber se estamos bem. Num desejo de querer saber que rumo tomamos.
Como posso descrever a paz que o homem em que te tornaste, me transmitiu nestas horas? Como te posso explicar que tenho a certeza que vais ser feliz? Que tenho um orgulho enorme em ti...


Foram 3 horas que souberam a pouco, a muito pouco. Não deu ainda para por em dia tanto de nós que falta contar. Tantos pormenores da nossa vida de agora...

Não vou deixar que passe tanto tempo. Não quero que passe tanto tempo.

Obrigada a ti, porque me fazes voltar a mim, nestes reencontros.
Estou feliz por estas horas.
Até breve!


sexta-feira, setembro 02, 2011

Preciso falar contigo...


Porque é que tanta gente precisa de falar comigo nos últimos tempos?
Porque é que todos me dizem "Preciso falar contigo" ?
E se eu nao quiser? E se eu tiver medo de ouvir o que tens para me dizer? E se o meu medo for completamente ridículo?
O que tens para me dizer? Ultimamente não gosto do que ouço... E tenho medo!
Porque é que tu, e tu, e tu, e tu, precisam tanto de me falar? O que tanta gente tem para me dizer?
Sao novidades boas para mim? Sao noticias boas para nós? Sao coisas que realmente me vão interessar? Para quê tanta urgência?
Se fosse urgente, preocupante, dizias logo. Não perdias tempo a dizer que precisas falar comigo. Falavas! Falavas logo, e pronto!
E quando falares finalmente? Vou ficar feliz?

Queria tanto que menos gente precisasse de falar comigo... Queria tanto que mais gente falasse!


E tu, acabaste por leva por tabela, sem culpa! Mas porque foi o "preciso de falar contigo" que faltava para fazer transbordar o copo já cheio...

quinta-feira, agosto 25, 2011

Tango


Estou a olhar para esta página em branco, e a pensar em tango... Tango... Sim, tango! Esse estilo musica cheio de sensualidade. Essa dança de drama e paixão. Esse "pensamento triste que se pode dançar".

É por tua causa que penso em tango hoje. Por tua causa não consigo tirar este ritmo da minha cabeça hoje.
Porque me lembra olhares e sorrisos cúmplices, respirações curtas e suspiros de desejo. Faz-me querer lábios que quase se tocam, e toques que arrepiam.

É porque tu danças tango, e não samba. Porque delicias aos poucos, em pequenos turbilhões.

E hoje quero tango, e um copo de Baileys!

sábado, agosto 06, 2011

Viagem à volta de Aqui


É a viajar que me encontro. Nos sítios que nunca foram meus. Naqueles que talvez tenham sido meus, por me puxarem tanto para eles. Um antepassado, uma outra vida quiçá! É lá que me encontro, quase sem me procurar. Esbarro com as soluções de problemas fundos, antigos, aqueles que até julgava já não ter. Descubro quem sou, e quem são os outros, quem são os outros nas saudades que, afinal, sinto.
É nas viagens, pequenas e grandes, que me encontro. Deixo a minha rotina e o meu ritmo. Deixo tudo marcado nos outros, naqueles que ficam. Ninguém me segue. Vou só e o meu cheiro vai deixando um rasto mais leve, para descobrir novos cheiros, novos ritmos.
É a viajar que me encontro. E descubro que não estou só, apesar de sozinha.



Diz o Miguel Torga,

É o vento que me leva.
O vento lusitano.
É este sopro humano
Universal
Que enfuna a inquietação de Portugal.
É esta fúria de loucura mansa
Que tudo alcança
Sem alcançar.
Que vai de céu em céu,
De mar em mar,
Até nunca chegar.
E esta tentação de me encontrar
Mais rico de amargura
Nas pausas da ventura
De me procurar...

terça-feira, julho 26, 2011

Estado de Antagonia

Agora que atingi o quarto de século, existe em mim uma espécie de "antagonia".
Eu sei que essa palavra não existe, mas acho que devia existir! Por causa destes sentimentos opostos, contrários, antagónicos, que estou a sentir. Porque tenho agido antagonicamente, de uma forma contrária aquilo que era normal.
E vou definir como "Estado de Antagonia". Deveria ser Estado de Antagonismo, mas antagonia transmite bem melhor esta sensação de desconforto, de agonia! Mas esta sensação nem sempre é uma sensação de agonia-má, é, muitas vezes, uma agonia-boa. É, mais uma vez, uma sensação antagónica.

Este Estado de Antagonia que se apoderou de mim, agora que fiz 25 anos, já se vinha a instalar, aos poucos, devagarinho. Já há algum tempo que o andava a prever, que via que qualquer coisa ameaçava o meu Estado de Calma.

Nesta Antagonia sinto-me um bocado bipolar. Porque vario e saltito entre a felicidade e a tristeza, com uma facilidade repentina, como se os desejos só tivessem instantes para serem realizados e o enfraquecimento durasse para sempre.

Não é só culpa minha este estado... Todos à minha volta têm contribuído para ele. Mas ainda não percebi se estaremos todos a passar por alguma "mudança energética universal", ou se serei, realmente, só eu. Acredito muito mais na primeira hipótese, pelo que tenho observado, pelo que me tenho sentido influenciada. O que eu preciso é de encontrar uma solução para isto. Preciso de encontrar uma maneira de estar em mania quando todos estão, depressiva quando os outros estão também. Não necessariamente andar "ao sabor" dos outros, mas encaixar-me, conciliar-me.
Sim, este Estado de Antagonia precisa de conciliação! Para que os desejos eufóricos possam ser mais comedidos, para serem realizados com mais tempo e frequência. Para que as tristezas fundas flutuem mais à superfície, e possam ser ultrapassadas com um meio sorriso.

Vou ter que perceber melhor esta Antagonia, este antagonismo. Analisar bem, para que possa fazer um diagnóstico mais acertado. Quero iniciar um tratamento. Será que este Estado de Antagonia tem cura? Para quê o 8 e o 80, se eu gosto tanto de viver no 44?


segunda-feira, julho 11, 2011

Sorriso Parvo


É um sorriso, sim. Um sorriso parvo. Daqueles que temos quando as lembranças são boas. Quando as memórias nos fazem sorrir com carinho. Sorrir para dentro com um sorriso parvo.
Acontece comigo também. Porque também me lembro de como nos conhecemos. De como do nada se fez tanta coisa. E sorrio, de igual modo, com um sorriso parvo. Um sorriso de quem guarda, de quem já viveu, em paz.
Incríveis as coisas que passaram, e passam. Incríveis as coisas pelas quais sorrimos, com este sorriso parvo. De uma felicidade ingénua, e quase distante. De uma confiança quase intima. De uma saudade quase perdida.
E estamos felizes por termos partilhado, por termos conseguido ser felizes. Estamos felizes por partilharmos, ainda, este sorriso parvo. Mesmo longe, mesmo aqui tão perto.
Ninguém tira o que passámos. Ninguém tira este sorriso parvo que vem para a minha cara.
Com um sorriso parvo desde Agosto de 2002...

quinta-feira, julho 07, 2011

O fruto proibido

Experimento agora aquela sensação de sentir a verdadeira falta de quem está longe e incomunicável. É uma falta diferente, umas saudades de um tipo muito particular.
Porque afinal vi-te há tão pouco tempo. Afinal já estivemos boas temporadas sem nos vermos, sem nos falarmos. Afinal só foste embora ontem.
Mas é diferente desta vez. Sinto mais saudades quando, mesmo que queira não posso comunicar. E penso que não estás perto, nem à distancia de um telefonema... E isso deixa-me morta de saudades!

É dificil explicar isto.

Porque eu e tu não temos uma relação diária. Passamos semanas sem nos vermos, dias sem nos falarmos. Mas pensamos no outro com regularidade.
E temos saudades, saudades saudáveis, daquelas que só contribuem para melhorar os momentos em que estamos juntos. E sabemos sempre que pode acontecer alguma coisa que vamos conseguir partilhar no mesmo momento, com uma mensagem, uma chamada.
Mas agora... É mais dificil! Porque sei que vais estar longe do mundo por uns dias. E eu não vou poder partilhar e desabafar quando e como me apetecer. São poucos dias, mas dão uma saudade muito grande.
E quando voltares já eu terei mais um ano. E ja vai ser tarde para festejarmos...

Não gosto, pronto! Não gosto que estejas longe, incomunicável! Não gosto de não poder falar-te! Não gosto de não poder... Não gosto das saudades que não são saudáveis!

Volta rápido!

terça-feira, julho 05, 2011

Mais disto.


E a vida podia ter mais disto. Mais destes momentos calmos e amigos. A vida podia ter mais destes segredos. Os partilhados e os não ditos. A vida podia ter mais destas amizades. Destas intimidades que não cobram.

Eu queria mais destes dias. Dias completos contigo, minha amiga, a partilhar alegrias. Destes fins de dia contigo, meu amigo, em passeios aconchegantes. São dias perfeitos. estes que são partilhados. "Os momentos só são felizes quando partilhados." E gosto disso. Porque partilhamos sorrisos e olhares. Porque partilhamos a vida, a minha, a tua, a nossa. Tudo o que temos em comum, desde há anos, ou há tão poucos minutos.

Quero isto para sempre. Quero amigos, quero familia quando chego a casa. E esta casa já não é minha, mas ainda a sinto tanto! Porque fui feliz aqui. Porque a partilhei com tanto carinho. Porque ainda a partilho com tanto amor.

Sou feliz aqui neste sitio! Com pessoas de quem gosto tanto.

A vida podia, e devia, ter mais disto!

segunda-feira, junho 27, 2011


Quero sempre ver-te tranquilo.
Espero sempre ver o teu olhar calmo e pacífico, que eu sei que tens!

Mas tu não estás. Não estás aqui para que te possa tranquilizar...

E sou eu que tenho de fazer isso? Tu queres que seja eu? Talvez não dependa de mim. Talvez tu nem queiras.

Quando é que é a altura certa para te falar? Quanto tempo tenho de deixar-te longe? Quantos dias devo esperar por uma resposta?

Sabes onde estou. Tens o meu numero e o meu chat. Falas comigo se precisares.

Não vou estar à espera. Já fui muito mais dessas que esperam.

Mas quero tranquilizar-te, dizer que o mundo não acabou. Não acabou só porque a vida como, por alguns instantes, sonhaste, acabou!

Quero tranquilizar-te, e por isso estou aqui! Para ver esse teu olhar... Para te tranquilizar num abraço.

domingo, junho 19, 2011

Assim

Tinha de vir aqui. Escrever. Estava precisar. Numa ânsia de exorcismo. Numa busca de paz.

Queria vir aqui escrever-te. Como se tivesse a certeza que estás desse lado e, tudo o que escrevo é só para ti.

Engano-me. És provavelmente aquele que menos me ouve nestas palavras lidas. Mas é quase sempre para ti que escrevo. Num desejo infinito de tornar mais pequeno este abismo que nos separa.

Hoje, não vou escrever sobre ti, nem sobre nós, nem sobre qualquer coisa que nos une ou separa. Quero escrever só para me ouvires. Só para seres amigo e me leres pacientemente, como se estivesses a ouvir uma estória.

E tenho tanta coisa para te contar, hoje...

Queria-te falar de paixões e desejos, e coisas chatas! Estórias de relações doentias e masoquistas. Cenas da minha vida e da vida dos outros.

Queria-te falar daquela que sou eu, que não conheces. Mostrar-te, em tantas palavras e gostos, aquilo que me tornei. Nunca imaginarias! Nunca eu imaginei, enquanto caminhava pacientemente para o futuro. O meu futuro!

E queria falar-te disso também. De decisões e sonhos. De projectos e desilusões. Do futuro.

Acerca disto lembrei-me de algo que alguém, nalgum, não tão raro, momento mais blue, escreveu. E diz:

the present of the future past frightens me

in not being able to keep it and and to keep me because i'm lost

in the future present of yesterday

E o meu presente está assim, confuso! Quase parece nada, porque é só uma passagem entre o ontem e o amanha! Mas, tambem, quase parece tudo, por ser o amanha de ontem, e o ontem de amanha! E vamos estar toda a vida a programar o futuro... Um futuro que rapidamente se torna presente. Rapidamente se torna passado...

Tão rápido como cheguei aqui, tão rápido como mudei. Tão rápido como desejo que chegue.

Isto porque te queria falar que estou feliz! Vivo feliz neste future present of yesterday! Assustada, como todos. Com demónios que me deviam largar, como toda a gente. Com saudades e desejos reprimidos. Com momentos de mania e depressao. Mas feliz!

Sobre tudo isto queria falar-te, hoje. Ontem. Sempre. Porque espero sempre que me ouças...

segunda-feira, junho 06, 2011

Aaaaahhhhh


Pela primeira vez na minha vida tenho vontade de partir pratos! Deitar tudo ao chão! Estilhaçar copos e tudo mais que possa estar ao alcance da minha mão!
O que vou fazer a esta energia que tenho acumulada? O que vou fazer a este desejo que se acumulou durante toda a noite e todo o dia, e agora está transformado em raiva? O que vou fazer com esta tensão que me faz andar a correr, de punhos fechados? Que me faz empurrar os botões do meu teclado com força e rapidez?
Nunca soube o que era isto? Nunca soube o que era passar do positivo para o negativo com esta rapidez! E agora não sei como canalizar isto que sinto... Porque só me apetece atirar com o computador pela janela!!
Há quem dê murros na parede! Pode ser que resulte...
Inspiro e expiro, tão profundamente que o que atiro cá para fora tem quase o peso das minhas entranhas...


Que parva sou! Que parva sou de viver de esperanças!
Se te visse agora esbofeteava-te!! Para te beijar logo em seguida, com a mesma fora, o mesmo desejo!... Porque sou ainda mais parva por pensar que um (vários) momentos maus vão apagar os bons (muito bons)... Que parva sou por ainda acreditar que não vou repetir tudo de novo!!
Que parva sou por achar que vou mudar, ou que tu vais mudar... Parva por achar que nós e esta coisa que temos vai mudar um dia!
Que parva sou por achar que este desejo vai passar. Finjo que não acredito que o desejo volta, com a mesma rapidez que foi embora, com a rapidez de um relâmpago!
Gosto e não gosto... E isto irrita-me!!

sábado, junho 04, 2011

Querer é Poder! Ou não...


Vivemos entre o Querer e o Poder!! E se fizéssemos mais aquilo que Queremos e Desejamos?

Vamos esquecer o Dever!!
Vamos fazer o que nos apetece, no momento que queremos, no momento que sentimos este desejo!
Porque a vida é um turbilhão, uma constante de emoções que vão e vêm. E se as vivermos naquele exacto momento? Mesmo que não possamos...

- Eu quero! - E vejo isso, e sinto isso. Só fitando os teus olhos, olhando o teu sorriso, sentindo a tua mão e o teu abraço.
- Muito!!
- Mas não posso! - Terríveis palavras estas.

Porque vem sempre um "mas"? Porque vem sempre um "não posso"? E nem sempre são ditos, são sabidos, são lidos no mesmos olhos, com um olhar diferente, no sorriso que se perdeu. Ainda sinto o teu toque, despercebido, fingindo inadvertido. É um toque, que quase sem tocando, tem uma intensidade maravilhosamente intensa. Ainda o sinto, mas é acompanhado com um olhar desejoso, desesperado. Porque não podemos... Porque os padrões da sociedade nos impedem de ficar ali, por mais um tempo, aquele que nos permitia fazer o queremos, o que desejamos.

E queríamos olhar toda noite, rir de nós mesmo, sorrir para nós, num sorriso cúmplice, só nosso. Queríamos, sem dizer nada, sentir! Sentir o toque, os toques. Tocar os lábios e ouvir a respiração. Sentir principalmente este tensão, este ritmo acelerado.
Queríamos o silêncio, este só nosso que me traz tanta calma. Este que me deixa tão tua.

E quero, quero ir, mergulhar em nós. E não gosto de não poder. E não quero ter que deixar este desejo...

Sei bem que este sensação é maravilhosa, que muitas vezes um sonho sabe bem, só bem, antes de ser realizado. E muitas vezes tudo esmorece... Mas eu quero! Quero muito!

E quero poder! Agora, hoje!

segunda-feira, maio 23, 2011

Acabei, virei, comecei!



E tudo acabou...
Fechou-se o ciclo!
Virou-se a página.
O capítulo chegou ao fim...

E tudo acabou, para começar...
Um novo ciclo.
A página em branco.
Um capítulo diferente...






Tinha chegado o fim desta fase. Eu sentia-o, a pairar no ar! Como se fosse alguma coisa que me olhava constantemente, fixo em mim. Eu sabia que ia haver um momento em que já não ia voltar atrás, um momento de viragem... A partir dali ia ser tudo diferente.
Eu sentia que a nova vida se ia instalando, aos poucos... Começava a fazer as coisas de maneira diferente. Olhava o mundo com outros olhos. Iam mudando as pessoas à minha volta.
Muito devagar... Sorrateiramente...
Mas nestes dias tudo estava mais intenso! As minhas cidades estavam inquietas... As pessoas paradas demais, indecisas demais! Ou estaria eu mais certa, mais nervosa? Sim... Era eu!
Senti tudo compactado! Tudo que vivi, tudo o que ia viver... Tudo em dois dias! Tudo o que caberia numa vida!

Como é que podia fechar este ciclo, e recomeçar o novo Eu? Da maneira mais graciosa e pura. Da maneira que conheço, daquela que se mantém página após página... Da minha maneira!

Recebi a minha folha em branco, e decidi escrevê-la.
Vesti o vestido e calcei os sapatos de salto. Subi o Parque, como quem voa. E no meio de nada só nós, uma garrafa de vinho, 2 copos, e a nossa música. Como se quiséssemos recriar as cenas do Paulo Coelho no Rio Piedra...
Éramos nós, meu querido Anjo Negro. Nós a escrever as ultimas linhas do capítulo que passou.
Fomos nós, meu querido Sobreiro. Nós a escrever as primeiras palavras do meu novo capítulo.

Assim, sem mais nada. Assim como tu pediste, como eu queria, sem sonhar nada!

E a minha vida mudou, ao longo de meses, através de todas as personagens que criei ao longo de tão pequeno tempo. A página virou, e eu sou a mesma. Virou tão rapidamente que podia nem me ter apercebido. Mas eu senti... Senti a Outra que deixei para trás. Para passar a ser Eu, eu mesma, neste momento.



E tudo acabou, para começar de novo.
Não recomeça, continua, mas diferente!

Porque a minha vida vai estar sempre entre calças e vestidos, sapatilhas e sapatos.
Porque serei sempre criança e mulher.
Tempo após tempo. Ciclo após ciclo. Capítulo após capítulo. Em todas as páginas do livro da minha vida.

sábado, maio 14, 2011

Ponto de intersecção, meu ilhéu!

Abri o livro e lá estavas tu, escarrapachado logo no primeiro poema que li.



Talvez um ponto de intersecção

Dizes com o olhar aquilo
Que desdizes quando juntas as letras
Dizes com a ponta dos teus dedos
Aquilo que negas quando escreves
Dizes com os lábios fechados aquilo
Que sufocas quando constróis frases

Dás tanto num gesto
Pedes tanto com o olhar
Retribuis tanto calado
Para melhor negares quando
Escreves e dizes que não acreditas
Que escrever É gritar sem ruído

Para ti escrever é negares-te
Negares até à exaustão
O que queres, o que desejas
O que és, o que queres ainda acreditar
O que queres ainda viver

O teu escrever não é
Expressão, é calar
Empurrar para dentro
É enxotar, afastar
É um chega para lá

Fazes-te ilha despovoada
Sem o seres
Fazes-te habitante
Isolado, sozinho como
Tu pensas que és mas não
Como desejas ser

Nessa solidão auto imposta
Temperada de azedume
Descrença, desconfiança
Tremes, estremeces, acordas
E gritas: Olha eu aqui! Aqui!
Não me vês?

Sim! Vejo-te a gritar nesse silêncio
Vejo-te a pedir, quase a rogar
Que eu, visitante indesejada e desejada
Faça uma incursão à tua ilha

Chego e pouso levemente
E levemente me acolhes
Quase te dás, quase
Quase te entregas, quase
Quase já acreditas
Que talvez gostes da visitante
Que talvez estejas cansado
De ser ilhéu
Quase

E quando levanto voo
E parto, tu, meu ilhéu querido
Em quem tu não acreditas
(mas eu acredito)
Vens com palavras mudas
Dizeres-me que não acreditas
Dizeres que Não
Que não sabes, que não és, que não queres
Dizer
Que Não

Meu ilhéu que nasceu
Para ser povoado, meu ilhéu
Que nasceu com coração
De continente, em que ficamos?
Eu num ultra-leve, num sobe-e-desce
Em agonia, perdida de agitação
Dos ventos, das emoções
A queres acreditar
Que sou boa companhia
Para mim, para os outros
Boa, para ti

E tu aí, a quereres
Convencer-te, a quereres
Convencer-me que não
Que não és boa companhia
Nem para ti, nem para os outros
E muito menos para mim

Diz-me
Meu ilhéu calado
Meu ilhéu despovoado
Que gritas sem ruído
Onde está, então, o nosso
Ponto de intersecção?!

Maria Paula Marques - Poemas do Sentir

domingo, maio 01, 2011

Filipa!


Oh minha querida!!
Como é que já estamos aqui? Como é que a nossa amizade se manteve até aqui?
Filipa, és tu como se fosses uma irmã. E é maravilhoso poder estar presente nesta fase da tua vida!!
Obrigada por deixares, obrigada por manteres esta nossa amizade, tantas vezes separada por tantos kilómetros.
Adoro ter-te na minha vida. Adoro saber que podemos confiar uma na outra. Adoro que te mantenhas na minha vida, na vida dos meus amigo
s, na vida da minha família.
Filipa, o que te desejo, hoje, é tudo o que desejo a mim mesma, o que desejo a uma irmã. Quero que te sintas realizada sempre, em todos os níveis! Quero que sejas feliz, muito feliz!! Quero que todos os teus sonhos se realizem!

terça-feira, abril 26, 2011

Lá, no meio de ti!

Se puser os phones nos ouvidos, e ouvir esta música que, de repente se instalou na minha vida...
Se deixar cair a cabeça na almofada, e fechar os olhos...
Se me deixar levar por esta sensação...
Rapidamente estou longe...
Onde não se ouvia mais nada, só nós, e eles...
Rapidamente olho para uma natureza infinita...
E fico com um sorriso tolo, tranquilo, feliz!

E vou deixar a música tocar, sem que nunca acabe, sem que os pensamentos mudem...
Porque estou lá agora, e não quero ir embora!

segunda-feira, abril 18, 2011

Muchacha en la Ventana


É dificil, hoje, saber como começar. Como se começa a narrar a mudança? Como começo a explicar que são loucos estes anos de crescimento? Como digo que se vive tanto em tão pouco tempo?

Eu queria falar de uma rapariga à janela. Aquela que fui. Aquela que somos quando ainda não sabemos muito bem o que é viver. Aquela que julga que vai ficar à janela a vida inteira. Porque está bem ali, no conforto, no que é seguro. Tem medo que deixe ser quem é, se sair para o mundo que vê lá fora.
Esse rapariga sou eu, fui eu. Até que vieram os anos, estes últimos, os melhores. Foram poucos, tão poucos comparados com aqueles que ainda podemos viver! Duraram o mesmo que os outros anteriores, nem mais dias, nem menos dias, claro! Mas e a intensidade? E a quantidade de coisas que se vive em tão pouco tempo? E o valor que têm as coisas que nunca julgamos que iríamos fazer? E as mudanças inesperadas que acontecem todos os dias? São anos maiores... São dias melhores...
A rapariga à janela tinha medo de deixar de ser quem é. Mas não mudou! Está diferente, mas não mudou. Faz hoje coisas inesperadas. Decide com o coração, a vontade, o desejo, sem pensar muito. Porque descobriu que a vida, assim, é muito mais feliz! A rapariga que sou hoje tem os mesmos valores. Respeita e dá-se ao respeito. Tem mais responsabilidade, e já é adulta.
Ama e deixa-se amar. Vive como nunca viveu, cada dia, cada dia melhor. É feliz!
E voltava atrás? Não, porque estes anos são os melhores que já viveu.
Ainda gosta de estar à janela. Mas já conhece o mundo lá fora. Fica empoleirada no parapeito só para apreciar a sua felicidade, por as ideias em ordem, arrumar o coração, de vez enquando.

Esta rapariga que sou hoje, é feliz! Gosta da familia, dos amigos, dos amores. Tem saudades e carências, mas aprendeu a viver sem pensar muito nisso. Sabe que precisa de bater com a cabeça na parede, muitas veze
s, mas só assim vai aprender. Sei, principalmente, que os melhores momentos são agora e tenho que aproveita-los, vivendo o dia, a noite. Apanhar um sol ou uma lua. Olhar nos olhos e fecha-los com um sorriso no rosto. Sei que não há nada melhor que que estou a viver agora, e isso conquistei, e vou manter!

Porque os anos de mudança e crescimento são pequenos e intensos, mas são agora, só agora!

But your soul you must keep, totally free.
In these bodies we will live
In these bodies we will die
Where you invest your love,
You invest your life

É assim que tem de ser feito. Olhar com amor, pela janela, para o mundo, para a vida. Sentir amor no olhar, no abraço, no beijo, no corpo. Investir na mudança, na vida!

segunda-feira, abril 04, 2011

O ciclo, contigo!!


Fechou-se um ciclo, hoje. Fechei-o contigo, da maneira que desde o inicio dissemos que o íamos fazer. Lá estivemos nós, no Hard Rock, onde passamos, diariamente, durante quase 5 anos de curso. Jantamos como dissemos que faríamos, só nós, quando acabássemos o curso.
Acabei um ciclo, hoje. Um ciclo que começou também contigo. Sim, porque estavas lá na primeira vez que entrei naquela escola! Nós as duas numa terra muito longe de ser nossa. A darmos um passo gigante, juntas!
Hoje foi o fim desse ciclo. Este que percorri contigo. Sempre contigo! Sentadas lado-a-lado durante quase 6 anos. Estivemos juntas nas alegrias, no estudo, nas chatices. Sempre nós, na escola.
Mas fomos sempre nós fora da escola, e isso foi, e é, o mais importante!
O ciclo não foi só um ciclo escolar, foi um marco gigante nas nossas personalidades, foi uma mudança a que assistimos juntas. E nós sabemos tudo o que passámos. E nós sabemos tudo o que vivemos e crescemos. E nós sabemos que esta amizade não é só especial, é única! E por isso não tenho medo de fechar este ciclo...
Fechei, fechamos, esta etapa, mas entramos juntas numa nova, que esperamos diferente. E seja melhor, ou pior, vamos vive-la unidas!
Marta, sei que estás longe. Mas são só quilómetros.
Marta, sei que podemos estar mais tempo sem nos vermos. Mas são só dias.
E o que são quilómetros e dias nesta amizade? É pouco, muito pouco, para quem resistiu a shots de tequila no Porto! É pouco, muito pouco, para quem vai estar sentada na praia de Copacabana a beber caipirinhas!

Adoro-te babe! Muito! Sabes que tens um canto gigante no meu coração!!

quarta-feira, março 16, 2011

Tempo voa...


Pois é... Parece que a minha vida esteve parada. Parece mesmo que nada aconteceu! Os dias foram passando, e passaram meses... Sem nada acontecer, com tudo a acontecer ao mesmo tempo.
E hoje parei, e perguntei: "Já estou aqui? Como é que já estou aqui?"

Ainda nao percebi como deixei passar tanto tempo, tanto tempo sem me dar conta do que estava a acontecer, do que estava a andar ao meu lado. Não notei o que estava parado enquanto eu andava, nem o que continuava a passar sempre que parei!

E hoje que parei, descobri que houve constantes. Há pessoas que ainda estao comigo, que partilharam tudo durante este tempo. Há coisas que continuo a fazer, como se o fizesse pela primeira vez. Continuo nas gargalhadas da amizade, e no a
conchego da cumplicidade.
E inconstantes. Muita gente entrou na minha vida, e muita gente já nao fez parte dela. apercebi-me que já podia deixar de fazer muitas coisas, e que podia dedicar-me a novas.

Hoje, não percebo como tudo pode passar tão rápido. Não sei como já me vou embora, se ainda agora aqui cheguei. E como é que atingi objectivos, se não me apercebi, sequer, de do tempo que passei a idealiza-lo? Como criei, tão depressa, projectos tão diferentes, sem pensar que só os podia fazer porque já cheguei aqui, sem me aperceber?...

Passaram mais de 5 anos, que nao pareceram, nem perto, estes 5 meses que estive sem escrever. Pareceu tudo 5 dias, 5 horas. Nada na minha vida. Mas ficou tudo tão diferente... Eu também? Muito... E isso tudo não cabe nestas linhas, nem ainda no meu ser racional!