Estava no Martim Moniz na ultima vez que te ouvi. Era a primeira vez que estava ali. E olha que morei em Lisboa quase 6 anos! Mas nunca tinha lá ido, não como fui daquela vez.
E tu ligaste-me enquanto eu procurava cremes para o cabelo, com a Marta.
" - São maneiras de falar? Essas com sotaque açoreano?" Perguntaste com o teu tom tripeiro que não te deixou mesmo depois de ires embora.
Estava feliz, com o meu sotaque açoreano, misturado com o tripeiro que não me deixa, principalmente aqui no meio do Martim Moniz, onde as culturas se misturam tanto.
Ali estava eu, num teu momento de proximidade.
Não te ouvi mais desde então. Também perdi o meu sotaque açoreano. Já nada se mistura num telefonema.
E hoje voltei ao Martim Moniz. Talvez na esperança que o telefone tocasse. E eu pudesse ouvir-te de novo, num orgulhoso tripeiro, nas promessas não cumpridas.
1 comentário:
E quantas vezes nao passamos no mesmo sitio, a mesma hora para acontecer o mesmo?
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