Hoje não escrevo... Recito!
Hoje não invento... Copio!
Porque li aquilo que queria escrever.
Porque alguém já viveu aquilo que acabei de inventar...
Novo Agosto
Partiste, finalmente
Partiste do meu querer-te
Na alma resta um traço, um vestígio
Que um dia habitaste o meu corpo
Na vida um gosto remoto da tua pele
Um travo longínquo do teu ser
Partiste
E fui assenhorando-me aos poucos
Do espaço que era teu, do meu corpo liberto
Do amor que estava preso em ti e, hoje, sou
De novo dono de mim
Partiste finalmente de mim
E até a casa rejubila, o sol entra a rodos
Os estores abrem-se ao mundo e já
Não temo ver os abraços, o riso, o amor
Dos outros, todos os dias
Partiste e as penumbras secaram
O vazio já não supura e a cicatriz
Com o teu nome, descobri, afinal
Que suavizou
E mais te digo, sem te dizer e sem
Me ouvires, que felizmente partiste
E eu cheguei de novo até mim
Por fim
Poemas do sentir - Maria Paula Marques
E foi para ti...
Que tantas vezes escrevi, sem recitar.
Que tantas vezes inventei, sem copiar...
E é para ti, que agora escrevo sem escrever.
3 comentários:
wondering... será que chegas-te de novo a ti?
-
Engraçado como somos todos diferentes, mas sempre com as mesmas estórias e feridas de guerra e amor...
Beijos Tito
Gostei babe...muito!!!!
Mum
Pelo teu último parágrafo, algo me leva a crer que falas "do teu musa".
Sim, normalmente, aquele que verdadeiramente nos inspira, é aquele que nos inunda de tal forma com a sua beleza, que a partir dele nada conseguimos criar.
Afinal, para nós, ela (a nossa musa), já é a própria criação em si :)
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